Nelson Castro
“Morreu um homem bom, pioneiro dos pioneiros do teatro rio-pretense. Um ser muito especial que a cidade aprendeu a amar e respeitar assistindo sua luta cotidiana para existir, dividindo-se entre o trabalho de professor e um imenso amor ao teatro.”
Foi assim que os jornais da cidade, em 7 de maio de 1997, se despediram do precursor do teatro amador em São José do Rio Preto, figura importante que dedicou a vida à popularização do teatro, não medindo esforços para manter vivo o movimento iniciado por ele.
Nascido em 22 de julho de 1923, Nelson Castro adquiriu uma formação diversificada, paralela ao percurso com o teatro. Era técnico em contabilidade, formado em ciências econômicas e administração de empresas, pós-graduado em Marília; funcionário aposentado do Banco do Brasil e professor de Organização e Normas nas escolas EEPSG “Monsenhor Gonçalves”, EPSG “Cardeal Leme” e na Escola Municipal de Mirassol. Foi professor de contabilidade na Faculdade de Ciências Contábeis e de Administração de Empresas “Dom Pedro II” por 40 anos, de 1955 a 1995. De julho de 1982 a janeiro de 1983 foi Secretário de Cultura de São José do Rio Preto, na gestão do Prefeito Roberto Lopes de Souza.
Movido pela paixão à arte teatral, construiu com economias próprias, sem ajuda oficial, o Teatro Independente da Vila Itália de Rio Preto, uma casa de espetáculos com 200 poltronas e com um investimento em torno de US$ 200 mil. “Não tive ajuda oficial”- disse Nelson em uma matéria para o jornal O Estado de São Paulo, em fevereiro de 1995 – “Desde a adolescência eu apreciava as artes teatrais”.
O teatro foi inaugurado no dia 16 de dezembro de 1994, terminado com muita dificuldade, atribuindo a cidade um novo espaço cultural e permitindo ao seu grupo, fundado nos seus tempos do Senac, um lugar de encontro para estudos, ensaios e apresentações. “Foi meu presente de Natal para São José do Rio Preto”.
O primeiro grupo teatral de Nelson Castro, formou-se na escola Senac