Negros
Várias organizações são criadas visando estudar e lutar contra o preconceito e a discriminação racial. A realidade e pesquisas têm mostrado que estes continuam a existir, apesar dos avanços individuais de negros que nesta década conseguiram firmar- se como profissionais liberais. A maioria da população negra continua pobre e o trabalhador negro ainda continua recebendo menos que o branco quando executa um trabalho igual, conforme quadro ao lado.
Os negros representam 6% da população brasileira e os pardos, 38,2%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 1996, do IBGE. Juntos, somam 44,2%, ou pouco mais de 70 milhões de descendentes de africanos. Algumas organizações do movimento negro consideram esse número subestimado. Isso aconteceria porque parte da população negra não se classificaria como tal ao responder ao Censo. Nas pesquisas realizadas pelo IBGE é registrada a declaração do entrevistado.
Nos anos 90, os movimentos negros passam a pregar o orgulho étnico e a lutar para que seus integrantes tenham as mesmas oportunidades que o restante dos brasileiros. A emergência de uma classe média negra contribui para que essa população seja vista também como consumidora potencial e que inúmeras empresas procurem identificar e atender às suas necessidades. Os negros começam também a se destacar na publicidade e em novelas de televisão, nas quais aparecem em maior número e não apenas como personagens subalternos.
As condições de vida dos negros, no entanto, são significativamente piores que as da população branca. Essa distinção acontece nas áreas da saúde e da educação, nos indicadores econômicos e no acesso ao saneamento básico. A diferença entre os índices de mortalidade infantil, por exemplo, é extremamente elevada. De acordo com a PNAD de 1997, de cada mil crianças negras que nascem 62 morrem antes de completar 1 ano de vida. Entre as crianças brancas,