Negro
Passemos agora a uma breve discussão da participação do negro no cinema brasileiro, desde o inicio do século XX até o fim da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme), no inicio dos anos 1990.
O cinema brasileiro vivenciou sua época de ouro em 1907-1911, com um estrondoso processo de produção de filmes mudos, foram necessárias muitas décadas para que o negro e outras questões referentes às suas condições fossem relatadas nas telas de cinema com seriedade. Nesta época coincide com o período áureo das teorias racistas, quando as religiões e costumes africanos eram perseguidos e os mulatos mais claros usavam pancake para branquearem-se.
Porém muitos destes filmes foram perdidos com o tempo, na sua maioria em incêndios, dificultando uma análise mais concreta sobre o assunto, porém de acordo com o pouco material que sobrou pode-se ter uma ideia de como isso se dava.
Os negros sempre eram retratados com personagens abestalhados e infantis, meros coadjuvantes ou até figurantes. Eram estereotipados, abobalhados, supersticiosos e covardes. A um passo da debilidade mental. Muitas vezes associando negros a imagens animalescas, como uma criança sendo representada por um sapo, símbolo de feiura, feitiçaria e ao mal.
Desde as primeiras décadas do século XX, no cinema americano, os personagens negros eram interpretados por brancos pintados com tinta preta (chamados Blackface).
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WONDERBAR (1934) Ator Al Jolson cantando uma música extremamente ofensiva Heaven On a Mule.
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No Brasil a partir dos anos 1930 (e perdurando até a década de 40) com o inicio da Era Vargas, os negros passaram a ser tratados em tom paternalista no cinema, em face das diretrizes políticas que buscavam falsamente