negação do assistente social

5921 palavras 24 páginas
. A NEGAÇÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL, A CHEGADA DA LOAS E A CONSTRUÇÃO DO SUAS NO MEIO DE VAZIOS POLÍTICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
POLÍTICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS Marcelo Garcia
Debater o processo da negação da assistência social no Brasil é manejar uma chave complexa, sem a qual não é possível abrir a porta da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS); e, atualmente, também do Sistema Único da Assistência Social (SUAS). Por isso, é fundamental buscarmos as chaves que permanecem submersas, há muitos anos, num medo técnico e político ainda inexplicável, mas vivenciado de forma muito concreta.Nas aulas, cursos e seminários que tenho a oportunidade de ministrar, conto que vivi uma situação inusitada durante minha formação profissional e em relação à LOAS. Formei-me em 1993, no mesmo mês em que a LOAS foi promulgada. E nunca, numa sala de aula da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense, o tema LOAS foi tratado por nenhum professor.A meu ver, o silêncio representava a total negação da assistência social, que, no entanto, estava muito viva naqueles anos 1980 e 1990. Era como se estivéssemos na universidade para aprender a não fazer assistência social. Na verdade, era mais ou menos isso mesmo que acontecia comigo naquele início dos anos 1990.No Brasil, professores, teóricos, intelectuais e até mesmo militantes sociais negaram, por muitos anos, a construção de um Estado de Bem-Estar Social, cujo modelo europeu (Welfare State) se consolidou a partir das demandas das classes trabalhadoras, no início do século X. Nos anos 1970, 1980 e início dos 1990, ainda estávamos debatendo e negando a proteção social e, por consequência, promovendo o atraso na construção e na consolidação de uma política de assistência social.Quando esse debate começou a engrenar aqui, países como Inglaterra e Estados
Unidos já viviam a crise de seu modelo.O regime militar, instalado no Brasil no ano de 1964, teve muita influência no adiamento desse processo. A ditadura militar

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