Natureza e tarefa da estética
O texto intitulado Natureza e tarefa da Estética constitui o primeiro capítulo de Os problemas da Estética, obra publicada por Luigi Pareyson em 1966. De acordo com a tradutora da obra para o português brasileiro, Maria Helena Nery Garcez, “desde as posições iniciais, este autor filia-se à concepção de arte que nos vem da antiguidade clássica e distancia-se de seu predecessor na tradição cultural italiana, o filósofo Benedetto Croce, propugnador de uma estética da expressão. Neste sentido, ainda conforme Garcez (ibid.), ao invés de uma estética da contemplação, Pareyson propõe uma estética da produção; ao invés de uma estética da expressão, ele propõe uma estética da formatividade. Essas, a produção e a formatividade, as duas chaves de leitura mediante as quais, já no capítulo em questão, se nos revelam os limites, as especificidades e o alcance do pensamento que nele se desenvolve. Contudo, embora se filie à concepção de arte que nos vem da antiguidade clássica e, por isso, distancie-se de Croce, Pareyson mantém-se claramente nos limites do ponto de vista crociano segundo o qual não havia entre os antigos e os medievais algo que se pudesse designar como uma Estética.Se daí não já se depreende a própria natureza e a tarefa essencial da Estética, pelo menos se depreende uma indicação do que a mesma deve ser. Isso porque somente à Estética é possível levar a cabo a constituição e a efetivação do nexo aludido, para o que a mesma tem que se distinguir de outras disciplinas (filosóficas e não filosóficas) que têm a arte por ob-jeto. Este, no dizer de Pareyson, o primeiro dos problemas da Estética.Tomado inicialmente como um problema relativo à extensão do termo „estética‟, o primeiro problema da Estética que Pareyson se propõe a tematizar diz respeito mais propriamente à natureza, aos limites, às incumbências e ao método de tal ciência . Para além de uma determinação rigorosa da extensão do termo em questão, pode-se dizer que os aspectos