DEBATES SOBRE EST TICA ENTRE OS S CULOS XVIII E XIX
De Platão a Hegel, o conceito da beleza e a autonomia da arte
O significado da beleza e a natureza da arte têm sido objeto da reflexão de numerosos autores desde as origens do pensamento filosófico. Arte, até o século XV no Ocidente, designava um conjunto de atividades ligadas à tarefas essencialmente manuais. Até que chega um momento em que arte passa a ser reconhecida, através de seu conceito, como atividade intelectual, irredutível a qualquer outra tarefa puramente técnica. Somente no século XVIII, com a obra de Kant, nasce a reflexão sobre a estética.
A fundação da Estética como disciplina autônoma é consequência de um novo olhar contemporâneo não somente sobre a arte do passado, mas também sobre os artistas e as obras de sua época. É resultado de um debate de visões intelectuais, filosóficas e artísticas conflitantes e uma lenta evolução política, econômica, cultural e moral da sociedade ocidental. Assim, Estética é a reformulação dos conceitos filosóficos sobre a Beleza e a Arte. Portanto, para compreender o caminho para a autonomia da arte, vamos analisar as discussões dos conceitos da beleza desde Platão, na antiguidade, a Hegel.
As primeiras indicações a respeito da Beleza são encontradas na obra de Platão. Para ele, o universo é dividido em dois mundos: o mundo em ruínas e o mundo em forma. O nosso mundo, o mundo sensível, é o campo da ruína, da morte, da feiura, da decadência. O mundo autêntico, o mundo em forma que nos dá significado e existência, é o mundo das essências, das Ideias Puras, eterno e imutável.
No mundo das Ideias, a Verdade, a Beleza e o Bem são essências superiores, ligadas diretamente ao ser. E cada ser do mundo sensível, possui no outro mundo, um modelo. A beleza de um ser material qualquer depende da maior ou menor comunicação existente com a Beleza Absoluta, pura, imutável e eterna do mundo das Ideias. O que existe no mundo sensível, seja da Natureza ou criada pelo homem, são