Natureza e cultura na antropologia
(Atividade PIBIC – Felipe H. P. Silva)
Antropologia se faz através de uma relação dialógica entre o pesquisador e o grupo que se pretende estudar. Diálogo este que consiste necessariamente no reconhecimento do outro como um “igual”, em termos de capacidades intelectuais e de organização de sua vida social. Um pressuposto de superioridade agiria unicamente como um empecilho à realização de uma pesquisa. A diferença que separa, por assim dizer, ocidentais e determinados grupos nativos, não são tão absolutas, há continuidades importantes que devem ser consideradas. Há uma estrutura lógica básica na forma de pensar e classificar o mundo, seja na ciência moderna seja na ciência concreta de povos “primitivos”. É essa a hipótese principal sustentada por
Lévi-Strauss em sua obra o Pensamento selvagem (1989). Igualdade que seria explicada pela suposição de uma natureza universal humana.
O estruturalismo enquanto teoria explicativa do social postula que por trás das diversidades aparentes entre as culturas existem invariantes formais que só podem ser vistos, no entanto, ao nível inconsciente da estrutura. Uma característica básica do pensamento humano, segundo Lévi-Strauss, é que este funcionaria de forma sistemática, sempre em busca de uma visão classificatória e ordenadora do mundo. Tal característica se daria por uma condição que antes de tudo é orgânica. O orgânico aqui sendo concebido como um mediador no modo como o ser humano interage com o mundo. Características propriamente fisiológicas, como por exemplo, a estrutura do cérebro humano, antecipam e influenciam na produção cultural das mais diferentes sociedades. Como seria de se esperar, essas propriedades, segundo o autor, seriam comuns a toda a humanidade e explicariam semelhanças existentes em culturas muito distintas.
Assim, Lévi-Strauss elabora uma teoria que busca explicar a diversidade cultural partindo, no entanto, da