Namoro
“Se a gente pega, a partir da Idade média para cá, eles tinham objetivos que eram a preservação da família e a formação de alianças políticas, sociais, econômicas. A partir do início do século XXI começa a haver uma mudança do padrão”, explica o doutor em psicologia Orestes Diniz Neto, professor da UFMG. “Começa-se a ouvir mais o jovem na escolha do parceiro. A família escolhia e o jovem participava, consentindo. Depois, passou para uma mudança em que o jovem escolhia e a família concedia”, completa. Segundo ele, da metade do século XX pra cá o jovem escolhe seu parceiro com cada vez menos interferência da família. Do ponto de vista econômico e social as razões mudaram e a noção de responsabilidade, por exemplo, passou a varir de acordo com o modelo. No casamento tradicional, implicava padrões muito claros de comportamento. Então, a família era marcada como instituição que não ia se romper, mesmo que fosse um caos. “A mulher tinha que tolerar as escapadas do marido e ele, por sua vez, tinha que sustentar a família. E vivia-se assim: a afetividade tinha muito pouco peso”, relata.
O compromisso com o outro
Depois ocorreram mudanças no papel da mulher e na estrutura básica da família, com pai, mãe e filho vivendo juntos, com papéis regulados e mais igualitários. “Na família que surge na década de 70, quando homem e mulher tem direitos iguais, o afeto e a reciprocidade de direitos e deveres é que mantém o relacionamento. Os dois tem que se comportar de forma a refletir o compromisso um com o outro”, diz. “Isso é recente. Até a Constituição de 1988, a família era o núcleo e o homem era a cabeça. Se a mulher discordasse dele, estaria cometendo um crime”, diz. “Assim, se a gente pegar as últimas três gerações, cada uma com cerca de 30 anos de diferença, vemos uma mudança dramática”.
O compromisso consigo mesmo
Da década de 90 para cá o foco é a situação de cada um . Estou com você enquanto você me satisfaz. O compromisso é fluido”,