Nacirema
Satirizando os antropológicos sobre os papéis de "outras" culturas e principalmente a dos Estados Unidos, Horace Minner Mitchell publicou o artigo “O Ritual do Corpo entre os Nacirema” no jornal em junho 1956 citando pela primeira vez os Naciremas.
Primeiro os Naciremas são descritos como um grupo que vive no território entre o canadense Cree, a Yaqui e Tarahumare do México, e do Caribe Arawak das Antilhas. O artigo descreve o ideal ocidental típico para limpeza oral, sendo o foco destas atividades o corpo humano, cuja aparência e saúde constituem a preocupação dominante dentro do ‘ethos’ deste povo, bem como proporcionar uma visão externa sobre os cuidados hospitalares e psiquiátricos.
Para exemplificar estes rituais, abaixo está transcrito uma parte do artigo “O Ritual do Corpo entre os Nacirema” traduzido por Eduardo B. Viveiros.
“[...]O ponto focal do santuário é uma caixa ou arca embutida na parede. Nesta arca são guardados os inúmeros feitiços e porções mágicas, sem os quais nenhum nativo acredita que poderia viver. Tais feitiços e porções são obtidos de vários curandeiros cujos serviços devem ser retribuídos por meio de presentes substanciais. No entanto, o curandeiro não fornece as porções curativas para os fiéis, decidindo apenas os ingredientes que nela devem entrar, escrevendo-os, em seguida, em linguagem antiga e secreta. Tal escrita deve ser decifrada pelos herbanários, os quais, mediante outros presentes, fornecem o feitiço desejado.
O feitiço não é descartado depois de ter servido a seu propósito, mas colocado na caixa de mágica do santuário doméstico.
Como esses materiais mágicos são específicos para certas doenças, e considerando-se que as doenças reais ou imaginárias deste povo são muitas, a caixa de mágica costuma estar sempre transbordando. Os