Mídia e movimentos populares

A Grande Mídia e a tentativa de apropriação dos movimentos populares

Em junho de 2013 o Brasil mergulhou em uma série de manifestações contra diversos pontos que revoltavam – e ainda revoltam - o cidadão brasileiro. Seja contra as péssimas condições do transporte público, contra a PEC 37 e 33, a favor da corrupção se tornar crime hediondo, ou qualquer outra reivindicação, parecia que o "Gigante", de fato, havia acordado. Há mais de 20 anos o país não vivia uma mobilização tão forte, englobando diversos grupos sociais, inclusive pessoas que, até então, eram despolitizadas. Neste contexto, a imprensa apareceu, mais uma vez, como “reguladora” das manifestações. Se no começo a posição da grande mídia foi contrária aos protestos, logo isto mudou, já que as redes sociais trouxeram aos mesmos o apoio do povo, após diversos vídeos mostrando a truculência da polícia terem sido divulgados. Como destacou Barbero em “Das Políticas de Comunicação à Reimaginação da Política”, as novas tecnologias transformam os processos cognitivos. As redes sociais vêm despontando como uma nova forma de comunicação interativa, mesmo que as vezes o processo de “curtir” e “compartilhar” seja quase que automático. Ainda assim, não há como negar que elas estimulam a reflexão e trazem novas análises sobre a sociedade, se apresentando como uma alternativa à grande mídia à medida que ganham seu espaço. Hoje não é fácil para a imprensa manipular uma informação como era há algumas décadas. A resistência é muito maior. Então, para não contrariar diretamente a massa, os veículos de comunicação passaram a estimular o grito pelos direitos, mas com algumas regras. Na maioria, senão na totalidade das grandes mídias, foi repetido exaustivamente que os manifestantes rejeitavam partidos políticos, tentando despolitizar as ruas. Além disso, os que protestavam pacificamente foram incansavelmente separados dos chamados “vândalos”. Desta forma, foi ditado o que era permitido e o que era proibido, de acordo