Mídia, Política E George Orwell
A simplicidade e a lógica da frase de George Orwell em seu livro “Lutando na Espanha” é o que mais me chama atenção. A verdade realmente é muito mais simples do que nós, cientistas sociais, gostaríamos de admitir. Não escreveríamos grandes ensaios se simplesmente aceitássemos a simplicidade das coisas. A guerra, no caso, pode ser analisada, compreendida, investigada ou estudada pelos cientistas e pensadores. Podemos escrever livros, teses ou até mesmo fazer filmes sobre ela. Tentaremos entender suas táticas e as maneiras mais eficientes. Como vencer, como evitar, como adiar, quem está envolvido e por quê? Podemos “palpitar” o quanto quisermos, nunca entenderemos o que é a guerra se não nos “sujarmos”. Pois como diria William Shakespeare: “Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.” A frase não está aqui para discutir o qual bom ou ruim é a guerra. Ela é necessária e com a necessidade não se discute. Ele não deixa de mostrar em outras passagens do livro as terríveis cenas e sensações da guerra. Mas por pior que seja a guerra, ela ainda é melhor do que poderá vir. No caso de Orwell, o que estava vindo era a ditadura de Franco. Exemplos não faltam e nos deixam pensando. O que teria acontecido se Hitler não tivesse sido detido? Se os russos não conseguissem expulsar as tropas de Napoleão? Concordo que a maioria das guerras não se justifica, mas não podemos acreditar no conto dos pacifistas de que rosas vão vencer os canhões, porque elas não irão. Não podemos pensar a guerra como o símbolo do Mal ou como um mal em si mesmo. Acredito que a análise de Maquiavel se faz de maneira mais adequada nessa situação. Utilizemos o seu método da “veritá effetuale dela cosa” ou da verdade efetiva das coisas. Julgaremos as coisas pelos efeitos que estas