Método e imaginação criadora no Design
Alexandre Vergínio Assunção
Há algo mais belo que as mais belas descobertas, é o conhecimento da maneira pelas quais são feitas.
Leibniz
Introdução
No Design, o ato criativo é sempre um desafio. Projetar um novo produto exige mais do que conhecimentos técnicos, requer também uma intimação à imaginação e ao imaginário do projetista.
O Imaginário, segundo Gilbert Durand - na obra As Estruturas antropológicas do Imaginário (2002), é a relação entre as intimações objetivas e a subjetividade do sujeito. Nisso entra, ao mesmo tempo, algo que se refere ao mundo exterior - a percepção da natureza em suas diversas modulações - e alguma coisa que ultrapassa essa apreensão.
Esse mesmo desafio está constantemente presente nas relações de ensino-aprendizagem nos cursos de Design. São processos complexos que exigem daqueles que neles atuam, uma grande flexibilidade mental combinada com ações determinadas, intuitivas e objetivas, ao mesmo tempo.
Tendo como base as formas de pensar sintetizadas no pensamento reflexivo em John Dewey e nas questões do imaginário em Gaston Bachelard e Gilbert Durand, tentarei mostrar que pode existir um vínculo entre o método reflexivo e a imaginação criadora capaz de auxiliar no processo de criação e suas complexas relações com vários parâmetros, objetivando boas ideias, nos projetos de Design.
Design e ensino-aprendizagem no Design
Antes de entrar no assunto “ensino/design” devo explicar que leciono, desde 1991, em cursos técnicos de Design2, no Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas - CEFET/RS. Nessa época, objetivo do estudante era a criação (o projeto completo) de objetos utilitários para a produção industrial, considerando, principalmente, critérios de funcionalidade e estética. As principais características desse discente eram: senso artístico, criatividade, imaginação, capacidade de trabalhar em equipe, dinamismo, atenção para o