Mémoria
A memória está ligada ao material genético, ela é capaz de passar por várias gerações, no entanto cada ser tem uma memória individual. A do homem adquire novas formas, devido ser capaz de comunicar com seus semelhantes e com o mundo através do corpo ou dos sentidos, mas do mesmo modo pela linguagem. A memória individual não é transmitida geneticamente para outro ser, com o homem o que ocorre é que os vestígios do passado podem ser transmitidos por elementos externos ao seu organismo. Um bom exemplo são relatos que passam de narrador para narrador, os escritos, desenhos, esculturas e muitos outros. Os vestígios apresentam-se também como relíquias. Os fósseis são considerados relíquias por terem sobrevivido de seres que já desapareceram. A memória é a relação com o passado no presente. Esta relação está sujeita a limitações, é sempre indireta e imperfeita. O passado não se constitui na sua integralidade, é sempre falho, no entanto é a única memória que temos. De forma a conservá-la o máximo para a sua transferência, vários sistemas foram inventados. Mas a tradição oral é o principal conteúdo da memória coletiva e transgeracional. Com o aparecimento das coleções, a memória adquire novos suportes além dos cérebros dos indivíduos. Elas ficam expostas, saem da condição de simples objetos desnecessários para ligarem o passado com o presente. Os fósseis é um bom exemplo. São documentos/monumentos que permitiram estender a memória coletiva do homem a um passado anterior a da espécie humana. A memória sendo incompleta chega-nos em estado de ruína. Qualquer vestígio, sendo um documento ou relíquia também é ruína, é definido assim porque é algo de caráter parcial, dependendo de outras circunstâncias. A memória coletiva é considerada transformar qualquer recordação em aspecto real, fazer ressurgir o passado. A restauração dos