Médici
Emílio Garrastazu Médici nasceu em Bagé em 4 de dezembro de 1905. Da mesma forma que seus antecessores (Castelo Branco e Costa e Silva) fez seus primeiros estudos no Colégio Militar de Porto Alegre, formando-se oficial pela Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Tornou-se general-de-brigada (duas estrelas) em 1961. Durante o movimento militar de 1964, seu nome ganha algum destaque, pois era, naquele momento, o comandante da Academia Militar de Agulhas Negras, uma escola de oficiais fundada por D.João VI e situada num ponto estratégico, na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro. No início de 1969, é promovido a general-de-exército (quatro estrelas) o que o capacita a disputar a presidência da República, tanto mais que, sendo um militar voltado para a profissão, pouco conhecido do grande público e sem ter nunca participado de facções dentro do Exército, aparecia como um precioso elemento de ligação dentro do Sistema.
De General-de-exército à Presidente do Brasil
Com a doença do presidente Costa e Silva, mais o veto à posse do vice-Presidente e o impedimento de toda a linha sucessória (presidente da Câmara, presidente do Senado e presidente do Supremo), o Sistema assume o poder de fato e de direito. A eleição do novo presidente da República se assemelha em muito, neste momento, à escolha de um Papa: forma-se um colégio de "cardeais", com 107 oficiais das Forças Armadas, em nível de general-de-exército (4 estrelas), com seus equivalentes na Marinha e na Aeronáutica, que apresentam, cada qual, uma lista tríplice de preferidos. Esse colégio é, então, afunilado nomeando-se um grupo de apenas 7 oficiais que examinam todas as listas, chegando ao resultado final. O nome apontado na maioria das listas e que recebe o veredicto do colégio maior como novo Presidente é o do general Emílio Médici, completando-se a chapa com um dos próprios componentes da Junta Militar, o almirante Augusto Rademaker, que foi escolhido para