MUSICA
Para o compositor, não há tempo há perder: a população tem de agir logo se quiser que a situação mude. Para ele, esperar é um mau sinal e vai contra o princípio de participação das massas, especialmente considerando os abusos cometidos a todo instante naquela época. (“Vem, vamos embora, que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”). Este trecho é repetido muitas vezes ao longo da música, concluindo que seja a principal mensagem do compositor para seu público.
Na estrofe seguinte, Geraldo Vandré fala sobre os contrastes sociais do Brasil (“Pelos campos há fome em grandes plantações”). Mesmo com terra sobrando e comida sendo produzida, nossa produção vai para o exterior e os brasileiros passam fome. Logo depois, Vandré faz referência à "geração Paz e Amor" dos anos 60, que ficou conhecida por manifestações pacíficas pedindo mudanças sociais em todo o mundo, sendo um grande movimento cultural. Os versos são “Pelas ruas marchando indecisos cordões/ Ainda fazem da flor seu mais forte refrão/ E acreditam nas flores vencendo o canhão”. Deles, pode-se deduzir que Vandré respeita os ideais nesse grupo, mas não compartilha dos mesmos métodos, achando que somente eles não têm força para vencer o regime.
Em “Há soldados armados, amados ou não/ Quase todos perdidos de armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição/ De morrer