Musica Eletroacustica
A história da música eletroacústica tem seu marco inicial em outubro de 1948 com a difusão do Concert de Bruits pela Radiodiffusion-Télévision Française, RTF. As obras apresentadas eram uma série de pequenos estudos musicais realizados por Pierre Schaeffer na RTF e que refletiam seu interesse pelo som e suas propriedades musicais e acústicas, investigadas desde 1942 no Studio d’Essai (que em 1946 passaria a se chamar Club d’Essai), dirigido pelo próprio compositor. O material utilizado por Schaeffer eram gravações de sons de origens diversas (passos, vozes, máquinas), que eram posteriormente trabalhados e remontados no estúdio. Schaeffer iria cunhar o termo musique concrète em 1948 para designar essa música realizada a partir do material sonoro gravado e trabalhado experimentalmente por meio de montagens, colagens e outros tipos de transformações (por oposição a uma concepção tradicional de música que partia de abstrações sonoras preconcebidas, as quais podiam ser notadas em uma partitura e realizadas posteriormente por meio de instrumentos musicais).
Durante as décadas de 50 e 60 diversos estúdios, laboratórios e centros de pesquisa dedicados à produção musical por meios tecnológicos foram se formando por todo o mundo. Apesar da forte polarização estética e ideológica exercida pelas músicas concreta francesa e eletrônica alemã nessa fase inicial, rapidamente os compositores passaram a juntar os procedimentos das duas correntes em suas obras e o termo música eletroacústica, introduzido em meados da década de 50, passou a denominar de modo mais genérico toda a produção musical que envolvia a utilização de meios eletroeletrônicos.
No Brasil, ao contrário de outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Venezuela, as experiências eletroacústicas demoram a se estabelecer. Apesar disso, já no início dos anos 50 o compositor Reginaldo de Carvalho obteve uma bolsa para ir a Paris, onde estudou com Paul Le Flem e realizou estágio de música