Resenha: os cantos da voz entre a voz e o ruído - heloísa de araújo duarte valente

A invasão do barulho vinda com o início do século, o barulho que vinha de máquinas e uma Revolução Industrial, em meio também do advento de avião e do automóvel. Era o Futurismo aproveitando o fervor da época e se tornando o primeiro grande movimento intelectual que veio a ser modelo em escolas artísticas e literárias na Europa. Logo sendo este movimento responsável pela penetração do ruído, do som considerado não-musical, no universo da linguagem musical, onde anos mais tarde poderia ser trabalhada com música eletroacústica. Em meio ao movimento, vale destacar a peça de Schaeffer, no Estudo das ferrovias, em 1948. Nela é onde surge o experimento de uma nova linguagem: a música concreta. Explorando novos recursos, como possibilidade de filtrar o som, reproduzi-lo em velocidades diferentes, recortar e intercalar, etc. Veio também a curiosidade em explorar sons ambientes, como a atividade industrial onde havia maior ruído(barulho), o que poderia transformar e surgir assim a paisagem sonora.
Paisagem sonora é um termo que se refere a ambientes reais ou abstratos. Sendo uma expressão criada por Schaeffer, o mesmo a determina como campo de estudo acústico. Na paisagem sonora hi-fi, a percepção é bem mais apurada na sua integridade. Nela quanto menos a intervenção sonora já faz uma grande diferença no total. O crescimento do ruído trouxe a preocupação em criar leis para definir leis para controlá-lo, e que tinham como principal objetivo era poupar o operário de maiores desgastes físicos. Daí pode-se observar que ruído tem como significado é um conceito sujeito a interpretações cujo grau de subjetividade é alto. Passando pelo Intermezzo, por paisagens e paredes sonoras e até mesmo pelo silêncio. Silêncio que recebeu respeito na música principalmente após a Segunda Guerra Mundial, antes era considerado apenas como a ausência do som, mas hoje o silêncio poderia representar, na música, como ausência de sons tradicionais, ou,