musculação e uso de asteróides
Cad. Saúde Pública, , 18(3):1379-1387
O consumo de anabolizantes, especialmente entre jovens fisiculturistas e atletas, tem sido registrado com freqüência cada vez maior em vários países e diversos estudos têm demonstrado os danos à saúde causados pelo seu uso.
Nos Estados Unidos, estudo populacional realizado em 1993 estimou em mais de um milhão o número de usuários de anabolizantes. O National Institute on Drug Abuse (NIDA, 2001) informa que a porcentagem de estudantes do curso secundário (high school) que utilizou estas substâncias cresceu nos últimos quatro anos, passando de 1,8% para 2,8. O aumento do consumo de suplementos alimentares e anabolizantes nessa população levou o governo norte-americano a lançar, no ano passado, uma campanha nacional para alertar os jovens dos perigos associados à sua utilização (NIDA, 2001).
No Brasil, estudos que abordem o uso de anabolizantes são escassos, não existindo dados epidemiológicos que indiquem a extensão do consumo dessas substâncias. Alguns indícios, no entanto, sugerem que o uso de anabolizantes pode estar crescendo entre os jovens pertencentes a diferentes classes sociais, podendo representar, em breve, um importante problema de saúde pública. Segundo estimativa do CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), o consumidor preferencial no Brasil está entre os 18 e 34 anos de idade e, em geral, é do sexo masculino. O interesse dos autores deste estudo pelo tema surgiu a partir do trabalho de redução de danos que o CETAD (Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas a Universidade Federal da Bahia) realiza em bairro populares de Salvador, e que sugere um elevado consumo de diversos tipos de anabolizantes entre jovens fisiculturistas (praticantes de exercícios físicos com pesos, que visam a modelagem do corpo através do desenvolvimento de massa muscular).
Metodologia
O presente estudo aborda o problema do abuso de esteróides