mundo virtual
Em editorial no American Journal of Psychiatry, Jerald Block, da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, alega que o vício hoje é tão comum que deveria entrar na lista contida no Manual de Estatística e Diagnóstico de Distúrbios Mentais - o principal livro de referência da Associação Americana de Psiquiatria para categorizar e diagnosticar doenças mentais.
Segundo o especialista, o vício em Internet tem quatro componentes principais: uso excessivo, frequentemente associado à perda da noção do tempo ou negligência de impulsos básicos; sentimentos de irritação, tensão ou depressão caso o computador esteja inacessível; necessidade de computadores melhores, mais software ou mais horas de uso; e reações negativas como brigas, isolamento social e fadiga ligados ao uso do computador.
Block deu como exemplo o caso da Coréia do Sul em seu editorial. Ele destaca que o governo do país "considera vício em Internet um de seus problemas mais graves de saúde pública" e diz que dez pessoas morreram de coágulos no sangue no país asiático por permanecerem sentadas durante longos períodos em cafés de internet e que outra foi assassinada por causa de um jogo online.
"Usando dados de 2006, o governo da Coréia do Sul estima que aproximadamente 210 mil crianças sul-coreanas (2,1% das crianças com idades entre 6 e 19 anos) são afetadas e necessitam de tratamento. Cerca de 80% das que necessitam de tratamento podem precisar de medicamentos psicotrópicos (que têm como alvo o cérebro) e talvez de 20% a 24% precisam de hospitalização."
O psiquiatra americano observa, no editorial, que alunos de ensino médio passam em média cerca de 23 horas por semana jogando e outros 1,2 milhões (de alunos) estariam sob risco de vício e exigiriam aconselhamento (profissional) básico.
Segundo Block, "terapeutas se preocupam, particularmente, com o aumento do número de indivíduos que abandonam a escola ou o trabalho para passar tempo em computadores".
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