Mundo animal
Os machos desta espécie fazem escavações na areia ("ninhos") para onde tentam atrair as fêmeas para realizar as suas posturas ao mesmo tempo que tentam evitar que outros machos se aproximem. Quando uma fêmea reprodutora de aproxima estes machos urinam activamente e várias vezes em direcção às fêmeas.
A urina contém mensageiros químicos, feromonas, que atraem as fêmeas e lhes provoca alterações que levam a que façam posturas que são fertilizadas por estes machos no ninho. As fêmeas colocam depois as posturas fertilizadas na boca onde incubam os ovos. A feromona é produzida em maior quantidade pelos machos com estatuto hierárquico superior.
Tina Keller-Costa, investigadora do Centro de Ciências do Mar
Tina Keller-Costa, investigadora do Centro de Ciências do Mar
Estes machos dominantes têm a bexiga urinária muito mais musculada do que a dos de menor estatuto, para poderem armazenar grandes quantidades da urina que lançam sobre as fêmeas.
As tilápias ao mostrarem este comportamento claro em cativeiro torna-as um modelo para este tipo de estudos. Tina Keller-Costa, investigadora do Centro de Ciências do Mar, e outros colaboradores do Grupo de Endocrinologia Comparativa e Biologia Integrativa do Centro, em conjunto com o Grupo de Biossíntese/NMR do Instituto Max Planck de Ecologia Química identificaram a estrutura química dos mensageiros químicos na urina dos machos e verificaram que funcionam como feromonas.
Os investigadores recolheram a urina de machos dominantes, purificaram as amostras utilizando técnicas de separação por cromatografia, testando a cada passo a atividade