mulheres autônomas
DEFINIÇÃO E QUESTIONAMENTOS. 1
Everton Fernando Pimenta2
Resumo
O presente texto pretende discutir algumas das questões acerca do recente ressurgimento do gênero biográfico no campo historiográfico levando-se em conta tanto a historicidade desse tipo de estudo, quanto as aproximações que ele mantém para com alguns campos do conhecimento como o jornalismo e a literatura.
Trabalhando com as diferenças entre as variadas formas de se construir uma biografia, seja na literatura, jornalismo ou história, buscou-se demonstrar quais os limites impostos a esse último campo do conhecimento bem como as especificidades e potencialidades do mesmo.
Palavras-chave
Gênero biográfico; interdisciplinarização de campos; história e historiografia
1.1. O ressurgimento do gênero biográfico na História.
O reaparecimento das biografias, que tem alcançado ultimamente grande sucesso tanto entre o público acadêmico quanto entre o público em geral, pode ser visto como um fenômeno mundial com ocorrência em diversas áreas do conhecimento. No Brasil, no âmbito das ciências humanas, especificamente na História, sua ascensão ainda é um acontecimento relativamente recente, apesar de a mesma estar presente em diferentes correntes historiográficas (SCHMIDT, 1997, p.2).
Concomitantemente ao campo da História, percebe-se também o sucesso do gênero biográfico em outras áreas do conhecimento, dentre as quais pode-se destacar o jornalismo e a literatura. De certo modo, entende-se que esta última influencia as biografias das demais, por lhes proporcionar a utilização do recurso da ficção, bem como a adoção de estilos e técnicas narrativas (SCHMIDT, 1997, p.5).
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Este texto baseia-se no primeiro capítulo de minha monografia de conclusão de curso intitulada Ines
Piacesi, 1895-1982: um ensaio biográfico. (UFOP:2002)
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Bacharel licenciado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente professor da rede