Mulher e sexualidade na antiguidade

MULHER E SEXUALIDADE NA ANTIGUIDADE

Neste comunicado iremos analisar a posição da mulher e a expressão de sua sexualidade na Antiguidade embasados no texto Os trabalhos e os dias de Hesíodo. Será feita a abordagem do mito da criação da mulher enfocando a ideologia ainda atual que a mulher é um ser inferior ao homem e causadora da sua infelicidade. A presença da mulher e os sentimentos que ela desperta sempre estiveram presentes ao longo da história da humanidade. Referências sobre o papel da mulher e como ela era vista pelos homens podem ser encontradas nos escritos do poeta Hesíodo. O poeta associa a mulher aos males da humanidade e a vê como uma dualidade, um ser belo, mas que provoca o mal. Hesíodo, poeta da Grécia Antiga, viveu provavelmente no final do séc. VIII ou começo do séc. VII a.C. em Os Trabalhos e os Dias, também chamado de As Obras e os Dias ou Os Erga, descreve o mundo dos homens e sua organização focando os temas relacionados ao trabalho e à justiça. Este poema dirigido ao irmão de Hesíodo, Perses, diz respeito à repartição desigual da herança paterna, onde o irmão leva vantagem indevida. É uma resposta ao litígio de Hesíodo a seu irmão, referente à herança de seu pai (versos 33-39). Este poema divide-se em duas partes. Na primeira parte Hesíodo dirige-se ao irmão e analisa a estrutura da sociedade humana, suas obrigações éticas com relação a cada indivíduo, e trata da origem do mal no mundo. O processo de narração utiliza as figuras míticas, entre elas Prometeu e Pandora que são objetos de análise deste estudo (v.42-105). Para Hesíodo o conceito do mal está centrado na figura da mulher, representada por Pandora, criada por Zeus[1] (v.54-82). Ela dá origem às mulheres e carrega consigo as dificuldades, o sofrimento e o mal ao abrir a tampa do jarro. Ela é bela, porém, Zeus ao criá-la teve como objetivo punir a humanidade por se beneficiar com o fogo que Prometeu deu aos humanos e que equivale