Mulher não existe
Pular para o conteúdo
Página Inicial
Sobre
← UMA NOTA SOBRE O BIOPODER
“Todos Dizem Eu te Amo” de Woody Allen →
“A MULHER NÃO EXISTE”
Publicado em 2 de fevereiro de 2013 por Milton Nuevo
É um desafio falar dessa grande polêmica inaugurada por Lacan. Talvez, um desafio para o qual eu não esteja à altura, mas essa questão tem sido frequente para mim. Então, ao trabalho. E me desculpem, mas não dá pra fazer isso sem me estender um pouco, mas vá até o final do texto… se eu conseguir escrever com alguma clareza, valerá a pena.
Lacan, na década de 70, período em que se inaugura a dita ‘clínica do real’, chega às suas fórmulas da sexuação. Trata-se de tentar determinar quais são as posições do sujeito com relação ao sexo. De início, teremos que trabalhar com a ideia de que quando um sujeito chega ao encontro do analista, não é possível determinar pela simples observação se é um homem ou uma mulher o que está ali.
Trocando em miúdos, não é possível estabelecer se um sujeito é homem ou mulher pela anatomia (até aí nenhuma grande subversão) e nem mesmo com relação à sua orientação sexual (já começa a complicar). Ou seja, não se trata de dizer simplesmente que um homem homossexual é mulher, ou, pela via oposta, que uma mulher homossexual é homem. Lacan inaugura novas categorias conceituais sem excluir as anteriores.
Tentará referir a posição de homem ou de mulher à lógica fálica.
Se você tem contato com as discussões sobre sexismo, especialmente se for uma feminista, é bem provável que já tenha tido contato com a crítica que diz que a teoria freudiana é machista. De fato, não é uma crítica descabida. Não tenho a pretensão de explicar minuciosamente nessas linhas o complexo de castração pensado por Freud, mas é importante dizer que, para Freud, Falo é equivalente a Pênis. Portanto, durante a constituição do sujeito há um momento em que ele se depara com a visão do órgão sexual