Mulher no mercado de Trabalho
Harvey (1992), comenta que, nas últimas décadas houve um reordenamento não só no mercado de trabalho, mas também nas relações familiares. Valores tradicionais em relação à família, à sexualidade e à maternidade passam a ser reformulados, alterando-se práticas quotidianas e mentalidades Mas, apesar dessas transformações isso não quer dizer que a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho representou uma mudança revolucionária na vida dessas. Elas ainda continuam responsáveis pelas atividades reprodutivas e pelos cuidados com a casa e com os membros da família, ainda são vistas como aquelas que "ajudam no orçamento familiar", enquanto aos homens cabe o papel de provedor.
Esses papéis, essa visão da mulher e, em especial, as conseqüências da maternidade, acabam influenciando a forma como a mulher se coloca no mercado de trabalho, a forma como os patrões e os homens em geral vão tratar as mulheres. Essa visão vai influenciar tanto nas oportunidades de acesso ao emprego, no tipo de trabalho, como nas condições em que se desenvolve o trabalho.
Para Bruschini (1998), esta definição social dos papeis masculinos e femininos no âmbito da família têm conseqüências diferenciais sobre um e outro sexo, em sua participação no mercado de trabalho. Para a autora a constante necessidade de articular papéis familiares e profissionais limita a disponibilidade das mulheres para o trabalho, e essa disponibilidade não depende apenas da demanda do mercado e das suas qualificações para atendê-la, mas decorre de uma complexa combinação de características pessoais e arranjos no âmbito doméstico.
O estado conjugal e a presença de filhos, associados à idade e à escolaridade da trabalhadora, as características do grupo familiar, como o ciclo de vida familiar em formação, com filhos pequenos, famílias maduras, filhos adolescentes, famílias mais velhas, e a estrutura familiar - família conjugal, chefiada