Mulher no catolicismo
A mulher nesta religião é vista como um ser frágil e sensível por natureza, traços valorizados e associados à expressão de sua alma. No século XIX, as análises e conceitos que se desenvolvem junto ao discurso dominante associam a fragilidade feminina à cordialidade social. A natureza feminina também foi considerada propensa à conversão religiosa, tida como diferente, porém complementar à natureza masculina, mais voltada para a política e menos para a religião. Acreditava-se que as mulheres, convertidas à religião, poderiam também converter os homens, donatários do campo político e social. Assim, o catolicismo continuaria seu movimento participativo na política, ou seja, o catolicismo queria a mulher como evangelizadora da sociedade.
Para efetuar o controle sexual, sobretudo das adolescentes, a hierarquia católica procurava não deixar que elas tivessem contatos que pudessem despertar o seu desejo sexual, utilizando como melhor método a ocultação de suas partes, como, por exemplo, impedindo a menina de obter contato com o próprio corpo (a jovem com boa educação deveria se manter vestida mesmo no banho e, para mudar de roupa, manter os olhos fechados).
A virgindade das adolescentes solteiras era vista como virtude não apenas nos meios cristãos, mas entre os intelectuais da época, que a desejavam tanto quanto os devotos do catolicismo. Toda moça de família, deveria preservar-se virgem para o seu futuro esposo e somente por intermédio do casamento iniciar o despertar da sexualidade, que deveria continuar sendo contida e praticada com cautela, em função dos controles de natalidade. Traço que evidencia a construção de uma tradição garantida pelos mecanismos da educação católica.
No sexo conjugal, a mulher não poderá negar ao homem, uma vez que ela terá que ver seu marido como uma dádiva de Deus, que