Mudança
Fundada em 1930, em Santa Catarina, a Indústria Bonet SA, administrada pela família, viu a concorrência passar a sua frente pela falta de agilidade na tomada de decisões. Antes da teoria do “pai rico, filho nobre, neto pobre” se tornasse realidade em mais uma empresa familiar brasileira, os acionistas resolveram buscar o auxílio de uma consultoria especializada.
Após três anos de estudo, chegou-se a conclusão que só a profissionalização de empresa poderia tornar o negócio viável e a indústria continuar nas mãos da família. “A Bonet precisava acordar. Não só chegar ao lado dos concorrentes, mas também ultrapassá-los”, diz Vicente Renato Neto, diretor-superintendente da empresa.
A primeira atitude foi adequar os custos à situação de empresa, identificar a linha de produtos mais rentáveis e usar ferramentas de controle financeiro, de qualidade e de adequação dos custos de mão-de-obra aos níveis da necessidade e demanda momentâneas. A segunda constitui em amadurecer a idéia de mudança na administração e a terceira foi o redirecionamento da empresa, evitando que continuasse num rumo não muito adequado à preservação de seu patrimônio. Os antigos acionistas passaram a fazer parte de um conselho administrativo e a Bonet é hoje gerida por profissionais. A poucos meses da mudança, já foi possível observar transformações. “Todas muito positivas”, garante Rando, que prevê um aumento de 17% no faturamento da empresa para este ano.
A necessidade de mudança na Bonet, como acontece em muitas empresas, surgiu quando as decisões passaram a ficar muito lentas. As constantes mudanças no mercado exigem adaptações rápidas e, se as relações familiares são colocadas em primeiro plano, em detrimento dos negócios da empresa, com certeza esta ficará prejudicada.
No Brasil muitas empresas passam pelas mãos de duas ou três gerações da mesma família. Formada por quase uma dezena de acionistas, que geralmente tem boa vontade de manter as boas relações familiares,