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Pergunta 1.
José Mattoso demonstra que os factores políticos foram determinantes na construção da identidade nacional e ilustra esta situação com o próprio surgimento do nome do país. Ora, segundo Fernão Lopes, sobre o Douro foi povoado o Castelo de Gaia sendo que, mais tarde, se povoou outro lugar que se chamou Porto, uma vez que nas margens que separavam estes dois locais aportavam mercadores e pescadores, que estabeleciam relações comerciais entre si. Juntando, desta forma, as duas margens, o Porto e a Gália, nasce Portugal. Esta teoria é válida hoje em dia e demonstra que, realmente, “o nome do país deriva de um centro histórico e não de um povo” como afirma José Mattoso. Contrariamente, o nome de países como a França e a Alemanha, por exemplo, deriva de substantivos étnicos, falamos dos francos e dos alamanos, respectivamente.
Como podemos constatar, os portugueses eram, inicialmente, os habitantes a norte do Douro. No entanto, como consequência da expansão territorial para sul, o povo português passou a corresponder ao conjunto populacional que habitava entre o Minho e a costa algarvia. Desta feita, Portugal começou por ser uma formação de tipo estatal e o povo português resulta, portanto, de uma agregação de povos com poucos vínculos entre si, com acentuadas diferenças culturais e condições de vida muito distintas. Posto isto, é possível, hoje em dia, verificarmos a diversidade cultural, histórica e paisagística de Norte a Sul do nosso país. De facto, o que fez com que Portugal se tivesse tornado uma Nação foi, essencialmente, um poder político fortemente centralizado e firme que uniu estes povos distintos e acabou por torná-los um só. Como podemos constatar, “ser português começou por ser o mesmo que vassalo do rei de Portugal, e não por se pertencer a um determinado povo”.
No entanto, há uma viragem na história da união (ou a falta dela) portuguesa aquando do Ultimato inglês que foi proferido a Portugal no século XIX. Com este