MRS. DALLOWAY: DAS PÁGINAS DE VIRGINIA WOOLF À TELA DE CINEMA
Centro, Centros: Ética, Estética
18 a 22 de julho de 2011
UFPR – Curitiba, Brasil
MRS. DALLOWAY:
DAS PÁGINAS DE VIRGINIA WOOLF À TELA DE CINEMA1
Vinícius Rangel Bertho da Silva (UFF)2
Resumo:
Londres, Maio de 1925. Virginia Woolf publica um dos romances centrais de sua obra ficcional,
Mrs. Dalloway. A trama gira em torno de um dia de Clarissa Dalloway, uma dama da alta sociedade britânica que está às voltas com seu ecos de seu passado e com uma grande festa que dará naquela noite. O romance surpreende crítica e público por adotar uma forma pouco explorada pela Literatura de então – fato que faz de Woolf uma das escritoras mais célebres e comentadas de seu tempo.
Toronto, Setembro de 1997. Marleen Gorris exibe seu filme Mrs. Dalloway em uma das sessões de gala do Toronto International Film Festival, surpreendendo crítica e público por realizar uma obra cinematográfica baseada em um romance tido como “inadaptável”.
Esta comunicação promoverá o diálogo entre Literatura e Cinema a partir de uma análise do texto literário e da tradução cinematográfica realizada por Gorris a partir do original de Woolf.
Palavras-chave: Mrs. Dalloway, Virginia Woolf, Literatura, Cinema, Marleen Gorris
“Obras-primas não são nascimentos únicos e solitários, pois elas são o resultado de muitos anos de pensamento em comum, de pensar pelo corpo das pessoas, de modo que a experiência da massa está por trás de uma única voz.”
Virginia Woolf
Cena 1: As páginas cinematográficas de Virginia Woolf
Quando o público-leitor teve o primeiro contato com Mrs. Dalloway, o quarto romance de
Virginia Woolf, em 1925, foi constatado não apenas a afirmação do projeto literário de uma das escritoras mais importantes do século XX, como também a afirmação de um novo capítulo da modernidade no romance. Influenciada pelo procedimento (originalmente formulado por James
Joyce3, seu contemporâneo) de relatar os fatos que ocorreram na vida