mozart
No ano de 1791, após regressar de Praga, Mozart começou a trabalhar imediatamente no Requiem, tarefa de que se ocupou com excepcional esforço e interesse. Continuava, porém, muito doente e oprimido. Sua esposa compreendia isso e sofria com a situação, esforçando-se, contudo, para aliviar a deterioração da saúde do marido. Um dia levou-o a passear até o Prater, para distraí-lo, e, enquanto os dois estavam a sós, Mozart começou a falar sobre a morte, insistindo que estava escrevendo o Requiem para si mesmo. Nesse momento vieram-lhe lágrimas aos olhos e, quando Constanze tentou afastá-lo desses pensamentos lúgubres, ele respondeu: “Não, não, sinto isto com muita força; não durarei muito, certamente fui envenenado! Não consigo libertar-me destes pensamentos.” Esta conversa impressionou demais o coração da esposa, que mal conseguiu consolá-lo e demonstrar que a melancólica imaginação do marido não tinha fundamento. Ela estava convencida de que a doença do marido se agravava e que a composição do Requiem era por demais exaustiva para ele. Consultou o médico e conseguiu que ele parasse de compor por algum tempo. Realmente, ele melhorou um pouco e até conseguiu terminar uma pequena cantata (Eine Kleine Freymaurer Kantata, K. 623), cuja estréia foi um sucesso. Animado, pediu a Constanze a partitura do Requiem para continuar o trabalho. Essa melhora durou pouco. Vieram novamente os desmaios e ele mergulhou na antiga depressão, até ser obrigado a recolher-se ao leito, condição da qual, infelizmente, nunca mais se recuperou. Mozart manteve-se consciente durante a doença, até o final. Morreu serenamente, mas com relutância. No dia de sua morte, pediu para ver a partitura do Requiem: “Eu não disse que estava escrevendo este Requiem para mim mesmo?”, disse. Pouco tempo antes de morrer, Mozart reuniu seus alunos Süssmayr e Eybler e sua esposa Constanze; os quatro cantaram algumas partes do Requiem. Em alguns momentos, se sentia tão