Movimentos
“O feminismo é maior movimento social do século XXI”, avalia a escritora.
Aos 82 anos, depois de décadas dedicando-se ao estudo do feminismo, a escritora e física Rose Marie Muraro (foto abaixo) avalia que o movimento “mudou a consciência” do mundo, porque transformou as mulheres. “A mulher muda a consciência dos filhos e mudando a consciência dos filhos, ela muda a consciência das gerações. O homem não tem a mesma relação com a criança, ele se dedica mais às coisas práticas, enquanto a mulher se dedica mais às pessoas. Então, se você muda uma mulher, você muda o correr das gerações. Eu tenho a honra de ter ajudado, com a minha obra, a mudar a cabeça das gerações”, declara.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por telefone em ocasião do Dia Internacional da Mulher, Rose Marie assinala que, após terem conquistado espaço em diversas áreas, as mulheres devem se inserir no debate econômico e repensar a economia. Diante da conjuntura atual, sugere, a mulher deve se preocupar em “reinventar a economia, inclusive o dinheiro, que é o mal maior de todos. Reinventa-se como? Fazendo um dinheiro que não seja como o dinheiro americano, que é o dinheiro que conta, mas um dinheiro que seja medido com valores de todos os países e que seja tirada uma mediana disso tudo. Essa é hoje a grande finalidade do feminismo”.
Formada em Física e em Economia, Rose Marie Muraro publicou diversos livros, entre eles, sua biografia Memórias de uma mulher impossível (Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1999). Nos anos 1970, foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Fazendo um balanço da influência do feminismo ao longo da história, o que é possível dizer acerca das transformações do movimento? O que as mulheres devem ao feminismo?
Rose Marie Muraro – O feminismo transformou o mundo. Como feminismo ele acabou, ele é agora o maior movimento