Movimentos territoriais e sociais
Por: Cirlei da Silva Almeida
Introdução.
Este artigo pretende enfocar, mesmo que de forma resumida questões relacionadas ao uso da terra no Brasil. Para isso abordaremos temas tais como: O histórico da geografia agrária, a luta pela terra no Brasil, os principais movimentos em prol da reivindicação pela terra, modo de produção capitalista, espacialização e territorialização do movimento dos trabalhadores sem terra. Esperamos com isso contribuir para o entendimento da problemática que envolve o uso da terra no Brasil.
O histórico da geografia agrária.
Desde o momento que o homem deixou de ser nômade e a passou a ser sedentário ele viu a necessidade de desenvolver meios para cultivar a terra e ter o seu sustento. Com isso nasce a necessidade de se conhecer a terra e os diferentes usos que se possa fazer dela. Nos séculos XVIII e XIX ainda não existia uma metodologia cientifica para se conhecer técnicas agrícolas tudo que se sabia vinha de relatos de aventureiros e comerciantes que descreviam a paisagem.
A década de 1950 surgiu à geografia agrária clássica sob forte influência das escolas francesas e em menor escala da alemã. A preocupação dessas escolas era a caracterização dos diferentes habitat rural e o que se produzia na agricultura.
Entre 1960 e 1970 por influência da Inglaterra e dos Estados Unidos à geografia agrária passa usar o modelo quantitativo que tinha a preocupação em classificar os diferentes espaços agrícolas através de teorias e modelos estatísticos.
A partir de 1975 a neutralidade cientifica presente nas demais correntes do pensamento geográfico começa a dar espaço às ideias marxista onde há preocupação não só com o uso da terra, mas também com as transformações que ocorrem no espaço agrário e questões como: a modernização da agricultura, relações de trabalho, desequilíbrios
regionais, pequena produção, produção familiar entre outros abrem espaço para diversas discussões. Junto