movimentos sociais em São Paulo
Organizado pelo governo federal para debater a Copa do Mundo de 2014 com os movimentos sociais, o evento Diálogos: Governo-Sociedade Civil: Copa 2014, realizado durante toda a tarde de hoje (24) na Casa de Portugal, no centro da capital paulista, foi palco de muitos protestos. Embora as manifestações tenham sido pacíficas, os gritos ou interpelações dos integrantes dos movimentos sociais foi constante na apresentação dos representantes das três esferas de governo sobre as obras e gastos para a Copa do Mundo.
O principal alvo foi o governo federal, representado no evento pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Enquanto fazia o pronunciamento inicial no evento, manifestantes estenderam grande faixa vermelha atrás do ministro, na qual se lia “Não vai ter Copa”. Também participaram do evento a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, e o secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional e coordenador do Comitê Paulista da Copa do Mundo, Julio Semeghini.
“O evento de hoje é uma tentativa do governo de aparentar diálogo com a sociedade em relação à Copa, enquanto o Exército está na Favela da Maré [no Rio de Janeiro] e temos todos os atos de protesto contra a Copa sendo reprimidos. O que podemos entender aqui é que há duas intenções: primeiro a de simular diálogo com a sociedade, e o segundo ponto é que é uma via-sacra do governo federal em todos os estados para cooptar os movimentos sociais para não irem para as ruas”, disse Rodrigo Antônio, membro do Território Livre. Segundo ele, as manifestações nas ruas de todo o país vão continuar. Um novo protesto contra a Copa do Mundo já está marcado para a próxima terça-feira (29), a partir das 19h, no Metrô Tatuapé, zona leste da capital.
Carvalho admitiu hoje que o governo demorou a estabelecer diálogo com a população sobre a Copa do Mundo, o que levou as pessoas a protestar em todo o país.