Movimentos internos e distribuição da população
Movimentos internos e distribuição da população
Apesar do que dizem os adeptos dos “indicadores de desenvolvimento”, a diminuição populacional no Rio Grande do Sul não indica, propriamente, que o estado esteja se desenvolvendo.
Fraco crescimento populacional é característica de regiões ditas “desenvolvidas”. Mas isso não significa que a diminuição das desigualdades sociais seja proporcional. O RS é um bom exemplo disso, pois apesar da diminuição do crescimento demográfico, as desigualdades continuam grandes.
Os próprios movimentos migratórios, internamente e para fora do Estado, são reflexo direto das desigualdades econômicas e espaciais que caracterizam a sociedade gaúcha.
Todas as áreas funcionam, ora como zonas de atração, ora como zonas de repulsão demográfica.
As áreas de campo foram as primeiras a serem povoadas, sua ocupação foi realizada por luso-brasileiros, com base na atividade pastoril. Tratou-se de um povoamento rarefeito assentado em grandes propriedades e que até hoje é retratado na geografia, seja pela dimensão dos municípios, seja pelas baixas densidades demográficas.
Quando todas as áreas campestres estavam ocupadas, no final do século passado, já havia iniciado a estratégica colonização teuto-italiana nas áreas de mata. O contraste entre as áreas de mata, agrícolas e densamente povoadas e as áreas pastoris de baixa densidade. Segundo Paul Singer, somente com a industrialização houve integração entre as duas sociedades.
Após 1930, com a ocupação do Alto Uruguai, começou a migração para fora do estado. Segundo Geraldo Muller, entre 1940 e 1950, o RS ainda apresentou um saldo migratório positivo de 13,6 mil indivíduos.
Na década seguinte, o saldo tornou- se negativo em mais de 162 mil,cifra que sobe para 340 mil entre 1960 e 1970.
Alguns autores consideram isso como perda de capital humano, mas na verdade, serviu para desafogar a pressão sobre as cidades.
Contudo, a pressão sobre as cidades não foi desafogada.