Movimentos estudantis X guerra fria
Nos anos 60, negros, hippies e estudantes da Nova Esquerda questionaram o American way of life e denunciaram a hipocrisia de uma sociedade dominada pelo consumo, o racismo e a paranoia da Guerra Fria.
Há 40 anos, a juventude estudantil enfrenta nas ruas as forças da repressão militar e paga um elevado preço por essa ousadia política e libertária. A rebelião por ela deflagrada, idealista e cheia de renúncias e de dor, pseudo-revolucionária e até mesmo ingênua em seus objetivos últimos, fica conhecida como movimento estudantil. Apesar dos seus equívocos e contradições, esse movimento se transforma em um dos principais e mais organizados focos de resistência ao golpe militar de 64, pelo menos até a edição do Ato Institucional nº 5 (AI 5), em dezembro de 1968.
Em setembro de 1968, o diretor da CIA, Richard Helms, entregou ao presidente Lyndon Johnson um relatório intitulado “A juventude agitada” e propôs aumentar a vigilância policial sobre os jovens radicais dos Estados Unidos e da Europa. Helms tinha motivos para se preocupar. O ano de 1968 testemunhou um súbito aumento do movimento contra a Guerra do Vietnã, com massivas manifestações e uma onda de ocupações nas universidades; jovens negros sublevaram-se em mais de 100 cidades em reação ao assassinato de Martin Luther King, amado líder do movimento por direitos civis; os Panteras Negras, com sua doutrina de auto defesa armada contra o Estado, ganharam expressivo apoio nos bairros pobres negros; e uma Nova Esquerda ampliou-se, chamando os jovens a rejeitarem os valores capitalistas e a paranóia da Guerra Fria. Esse espírito de rebeldia política também encontrou espaço entre os jovens que criticavam as convenções da classe média, adotando novos estilos de vida.
Movimento Hippie
O movimento Hippie nasceu e teve o seu maior desenvolvimento nos EUA. Foi um movimento de uma juventude rica e escolarizada que recusava a injustiças e desigualdades da sociedade americana,