Movimento pela legalidade
Neste ano de 2011, faz exatamente 60 anos do Movimento pela Legalidade, no qual nós, gaúchos, fomos os protagonistas.
Esse movimento foi liderado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, que este defendia uma reestruturação judiciária, na qual previa a posse de João Goulart (cunhado de Brizola). Foi nítido verificar que a constituição não era aplicada corretamente pelo então Presidente da República, Jânio Quadros. Essa manifestação teve início em 25 de agosto de 1961, quando o então Presidente da República renuncia o seu cargo, enquanto seu vice-presidente estava em visita à China. Vendo a instabilidade que não acontecia desde 1954, os militares temiam ver no Brasil um governo linha popular-esquerdista – como existe em Cuba. Então impediram a volta do vice-presidente, e ameaçaram derrubar o avião em que ele voltava para o Brasil. O governador de nosso Estado, indignado com a tal imposição dos militares inicia um movimento de resistência, pregando a legalidade, ou seja, a posse de Jango. Brizola falava ao povo pela Rádio Guaíba e iniciou o movimento denominado a rede da legalidade. Os discursos de Brizola eram transmitidos a partir de um estúdio montado no porão do palácio, sob orientação do engenheiro Homero Simon, que cuidou para que rádios do interior retransmitissem a programação. Em ondas curtas, a legalidade alcançava ouvintes em outros estados e mobilizava a população. Em 27 de Agosto Brizola faz o seguinte discurso:
"O Governo do Estado do Rio Grande do Sul cumpre o dever de assumir o papel que lhe cabe nesta hora grave da vida do País. Cumpre-nos reafirmar nossa inalterável posição ao lado da legalidade constitucional. Não pactuaremos com golpes ou violências contra a ordem constitucional e contra as liberdades públicas. Se o atual regime não satisfaz, em muitos de seus aspectos, desejamos é o seu aprimoramento e não sua supressão, o que representaria uma regressão e o obscurantismo.