Movimento modernista
A Grande Guerra de 1914-1918 não somente assinalou o declínio econômico, político e militar da Europa, como também o fim de uma respeitável continuidade cultural. O cultivo do humanismo aristocrático e do individualismo liberal, depois da catástrofe, entrou em crise definitiva.
A isso somou-se, nos primeiros decênios do século 20, a emergência das ideologias seculares – a democracia, o comunismo e o nazi-fascismo - que vieram, por assim dizer, ocupar um espaço esvaziado de Deus. Deu-se então, no campo da estética, a maior ruptura com uma tradição de, no mínimo, cinco século de arte e literatura: a arte moderna fez do repúdio ao passado a sua pedra filosofal.
As raízes do modernismo
Kandinski (Composição X, 1939)
As enormes modificações que a tecnologia e a fabricação em massa, que se avolumaram com a crescente urbanização geral das sociedades durante o século 19, não podiam deixar de afetar as artes. O próprio movimento de secularização do estado e da sociedade, iniciado com a Revolução Francesa de 1789 e aprofundado com a Revolução de 1848, fez com que novos rumos temáticos e estéticos fossem buscados pelos artistas e pelos literatos.
Primeiro os pintores e, em seguida, os escultores, sentiram-se profundamente afetados pela invenção do daguerreótipo e da fotografia (1839), que logo passou a dominar os mais amplos campos da realidade: do retratismo à paisagem.
A reação dos artistas a invasão feita pela fotografia, pelo menos aqueles que podiam ser considerados como de "vanguarda", foi desencadear o Movimento Impressionista (Monet, Sisley, Berthe Morisot e Renoir, com exposição no Salão de Nadal, em Paris, 1874). Rompendo "as pontes com o passado", abandonado o ateliê, saindo às ruas, buscando os parques e as estradas atrás das paragens iluminadas e da gente simples que as integrava.
A solução que encontraram foi dissolver as imagens, antes bem fixadas e identificadas, sob o efeito das luzes do Sol ou alterá-las