Exercício e Diabetes
Efeitos do treinamento físico no diabetes associado à hipertensão
Kátia De Angelis2
Beatriz D’Agord Schaan3
Maria Cláudia Irigoyen1
Resumo
Introdução
Indivíduos com diabetes mellitus (DM) apresentam maior risco de doenças cardiovasculares do que não-diabéticos, sendo a doença cardiovascular a causa de morte em até 80% desta população. Além disto, a associação de DM à hipertensão arterial (HAS) aumenta de forma consistente o risco de doenças cardiovasculares em qualquer estágio de HAS. É possível reduzir o risco de DM e de HAS através de dieta e exercícios físicos, assim como reduzir os riscos de complicações micro e macrovasculares em pacientes com DM e HAS através do controle glicêmico estrito e redução dos níveis pressóricos.
São benefícios clínicos reconhecidos do treinamento físico nestes indivíduos a melhora da capacidade aeróbia, redução dos lipídios e glicose plasmáticos, além da redução da pressão arterial e melhora do controle autonômico cardiovascular. O presente estudo revisa a fisiologia e fisiopatologia do treinamento físico em indivíduos com DM e HAS, buscando correlação dos estudos desenvolvidos pelos autores com a literatura vigente, tanto em estudos experimentais como em humanos. São também revisadas as diretrizes atuais quanto às recomendações para treinamento físico neste grupo específico de pacientes.
A coexistência de diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial (HAS) é freqüente, sendo que mais de 60 % das pessoas que têm DM do tipo 2 apresentam hipertensão essencial, independentemente da idade ou da presença de obesidade 1.
Em um estudo recente, Schaan et al. demonstraram em nosso meio prevalência de 45% de HAS dentre os diabéticos, comparativamente a 26% dentre os indivíduos não diabéticos
2
. Uma epidemia de DM do tipo 2 vem ocorrendo nos últimos anos, com tendência de crescimento na próxima década 3.
Portanto, as complicações do