Movimento estudantil no chile
Os protestos da categoria estudantil irromperam em maio de 2011 e espalharam-se a várias localidades no Chile, portanto após décadas do que se acreditou como triunfo neoliberal de uma economia pretensamente estável, forte e próspera.
Desde o desmoronamento de um projeto popular e socialista que se instaurava com Salvador Allende na primeira metade da década de 1970 até a guinada para um país sumamente desigual e voltado a tratados de liberação comercial, o governo do Chile classifica seu sistema educacional como mais um negócio orientado pelas leis de mercado.
Milhares de estudantes secundários e universitários, professores, sindicalistas e simpatizantes manifestaram-se a favor de educação gratuita e de qualidade em Santiago em 9 de agosto de 2011 e retornaram às ruas em 18 de agosto a despeito da intempérie. É neste mês que as mobilizações estudantis reuniram o maior número de participantes e tiveram repercussão transnacional, como ocorreu no Paraguai.
Alguns manifestantes encapuzados, neste último episódio, levantaram barricadas nas ruas da capital chilena a fim de abrir passagem aos opositores às políticas do governo para o setor, o que gerou atritos com as forças de segurança como é de se esperar em regimes que não aceitam divergências de opinião e determinam horários em que se permite o protesto.
A gestão de Sebastián Piñera não protelou sua resposta às manifestações. O presidente instou o diálogo, previu melhoras na qualidade da educação, e aconselhou o fim de atos de violência que nada têm a ver com a mobilização estudantil nas ruas.
Na sequência, o ministro de Educação recém-empossado Felipe Bulnes propôs a ampliação de bolsas e créditos aos mais pobres, e a observância da lei que proíbe o lucro nas universidades públicas. Como se a demanda estudantil fosse tão pontual e prescindisse de uma revisão radical das políticas públicas para o setor.
Ao contrário, a dirigência do movimento estudantil que convocou a