Reforma universitária e manifesto de córdoba – estudo comparado entre brasil e argentina
KÁTIA CILENE DA COSTA No século XVI a instituição universitária começa a marcar presença na América Latina, primeiro nas colônias espanholas em São Domingos no México, São Marcos no Peru, São Filipe no Chile e em Córdoba na Argentina. No Brasil colônia, as instituições que se dedicavam ao ensino superior eram dirigidas e controladas pelos jesuítas, oferecendo os curso de Teologia, Filosofia, Medicina e Engenharia (CUNHA, 1983). A primeira universidade no sentido estrito a se consolidar no nosso país data da década de 20 do século XX, inspirada no modelo de universidade francês. Fundada tardiamente, a universidade brasileira nunca esteve livre de críticas, primeiro pela sua estrutura orgânica, fruto da junção de faculdades que se deu na sua fundação, segundo pela falta de coesão entre suas unidades e terceiro sobre a definição do seu papel na sociedade. (FERNANDES, 1975). Em 1937, o sistema universitário já estava em pleno funcionamento, são a Universidade do Rio de Janeiro, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade de São Paulo. Neste ano, os estudantes, depois de várias tentativas de criar uma entidade de representação estudantil, fundam a União Nacional dos Estudantes, seguindo uma trajetória que vários colegas latinoamericanos já tinham trilhado. (POENER, 1994). O destaque são os estudantes argentinos que, no ano da fundação da entidade brasileira, já tinham um movimento que alcançava proporções continentais dada a sua organização e suas lutas. Os estudantes da Universidade de Córdoba lançam em 1918 os eixos que norteiam a luta por mudanças nas relações dentro da universidade. O Manifesto de Córdoba de 1918, como ficou conhecido, representa a inserção dos estudantes no debate das funções e qual papel da Universidade perante os conhecimentos que nela são produzidos e para quem são dirigidos. No manifesto, os estudantes