Movimento de reconceituação do serviço social: tendências, rupturas e reflexos no século xxi
Ana Araújo de Souza*
Iolanda Macêdo Araújo da Silva*
Valéria da Silva Lemos*
1 INTRODUÇÃO
Analisar o Movimento de Reconceituação do Serviço Social é compreender o processo de construção crítica da profissão frente às questões sociais que afligem o segmento subalterno, ao tradicionalismo-conservador profissional, ao Estado autocrático burguês e seu sistema excludente, dentre outras características que promovem antagonismos.
Para isso, fez-se necessário a projeção de intenções de rupturas, através de revisões da prática profissional bem como na reformulação das bases teóricas do Serviço Social tradicional. Vale ressaltar que “condições novas” decorrentes do novo contexto social exigiam novas práticas por parte dos assistentes sociais. Assim, foi necessária uma revisão teórico-metodológica das práticas profissionais.
O presente trabalho tem como objetivo a análise do Movimento de Reconceituação, apontando seu marco histórico, significados, tendências e críticas a ele e ao conservadorismo que esteve arraigado na profissão até então. Será abordado o caso latino-americano e o caso brasileiro, visto as particularidades que estes apresentaram na constituição do processo de Reconceituação.
2 MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO NA AMÉRICA LATINA
A transição das décadas de 1960-1970 foi marcada por forte efervescência de lutas sociais (que pôs em questão a racionalidade do Estado burguês e de suas instituições); pelo ciclo expansionista do capitalismo (desenvolvimentismo) no mundo;
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*Graduandas do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Piauí e mais especificamente no Serviço Social da América do Sul, pelos desafios da prática profissional (visto a ineficácia da intervenção profissional frente às questões problemas enfrentadas pelos segmentos subalternos da sociedade). Tal ineficiência se deu pela ausência de um