Mouse ocular
Possibilitar a comunicação, aumentar a auto-estima e oferecer a reinserção social dos que não podem mais falar e se mover. Estes foram os objetivos que levaram o Professor Manoel Cardoso, engenheiro eletrônico de Manaus (AM), a criar o mouse ocular, solução que permite capturar e codificar os movimentos e as piscadas do globo ocular e transformá-los em sinais de comunicação, como as letras do alfabeto, que formam palavras e frases inteiras, e a execução de comandos em programas que permitem até a navegação na Web. A idéia surgiu em 1996, inicialmente como um projeto da Universidade Federal do Amazonas. Depois de visitar um paciente que rompeu as vértebras em um acidente e ficou sem movimento algum, mexendo apenas os olhos, Cardoso pensou em criar uma solução que permitisse às pessoas como aquele rapaz, a comunicação com o mundo exterior. "Fiquei muito sensibilizado com aquela situação", diz.
Depois de estudar o globo ocular e os sinais que movimentavam a íris, o professor criou uma solução que captura e codifica digitalmente os movimentos do globo, transformando-os em comandos de um software. Em 1999, o projeto foi assumido pela Fundação Desembargador Paulo Feitoza (AM), que investiu cerca de R$ 1 milhão somente na primeira fase do projeto. Cardoso explica que os sinais elétricos emitidos pelos olhos têm baixa tensão - cerca de 50 milionésimos de volts - e que um dos principais desafios é ampliar este número milhares de vezes para conseguir o impulso elétrico necessário. "Trabalhamos com 2,5 volts para codificar o sinal".
O Mouse Ocular oferece ao usuário, portador de deficiência motora, recursos para comunicação, Internet e controle, sendo muito eficaz para pacientes tetraplégicos. "Queria desenvolver uma tecnologia que fornecesse motivação para que aquelas pessoas quisessem continuar vivas, apesar no estado no qual se encontravam. Enfim, amenizar o sofrimento, na medida do possível", enfatiza o professor. A patente do Mouse Ocular pertence à