A constituição de um pensamento imagético a partir do Nordeste brasileiro move reflexões no campo da estética cinematográfica que envolvem as potências de produzir questões a respeito de um mundo. Conceber uma imagem do universo nordestino é criar um olhar, formular problemas sobre as possíveis visualidades desse espaço. Esse processo dá-se em meio a temporalidades múltiplas, na constituição de imagens contemporâneas. A produção A constituição de um pensamento imagético a partir do Nordeste brasileiro move embates no campo da estética cinematográfica que envolvem as potências de produzir, no âmbito da materialidade fílmica, questões a respeito de um mundo. Conceber uma imagem do universo nordestino é inventar um olhar, formular problemas sobre as possíveis visualidades desse espaço: em diferentes épocas da história, a arte cinematográfica tentou constituir modos de ver a partir dessa região, tentou intervir, buscou aproximar-se, envolveuse em percursos tortuosos e em contradições, sempre no desafio de elaborar sensibilidades possíveis. E lançar um olhar é mais do que registrar um universo, é propor questões para o mundo, formular a composição da imagem como um problema. É preciso pensar sobre o que dizem as imagens contemporâneas do Nordeste, que potência de enunciar elas contêm. E essa busca não cessa de colocar em cena o passado, as tradições cinematográficas, numa relação com obras distintas e com problemas que se reconfiguram ao longo das temporalidades. Tratar de um espaço implica questões dinâmicas, um movimento que procura ver e interrogar, mostrar situações e deslocar sentidos. Neste artigo, buscamos discutir as forças organizadas pelos filmes Árido movie (Lírio Ferreira, 2005) e
Baixio das bestas (Cláudio Assis, 2007), que se colocam diante dos desafios de inventar imagens para o Sertão nordestino. Reunidas aqui, as duas obras são analisadas em composição com os demais olhares lançados em outros