Motivação
A palavra motivação é, atualmente, uma das mais usadas pelos responsáveis pela educação e por professores para justificar o sucesso ou insucesso dos alunos. Muitos professores colocam a alegada “falta de motivação” dos alunos como primeiro obstáculo à compreensão e aprendizagem dos conteúdos. Curiosamente, grande parte das dificuldades do professor tem também origem na sua motivação para o desenvolvimento de um sólido conhecimento profissional, suscetível de o ajudar na tarefa de diagnosticar os interesses e necessidades dos alunos e de ter em conta as diferenças individuais e outros problemas e condicionantes da aprendizagem (Campos, 1986).
A motivação escolar constitui, atualmente, uma área de investigação que, na opinião de Gutiérrez (1986), permite, com alguma relevância, explicar, prever e orientar a conduta do aluno em contexto escolar. A forma como os indivíduos explicam os seus êxitos e fracassos relaciona-se com a sua motivação, a qual denota geralmente fatores que levam a pessoa a agir de determinada forma.
Seja qual for a perspetiva adotada, o que sempre se verifica é a existência de dois tipos de motivação: extrínseca e intrínseca.
2. Motivação extrínseca e motivação intrínseca
Na motivação extrínseca, o controlo da conduta é influenciado pelo meio exterior, não sendo os fatores motivacionais inerentes nem ao sujeito nem à tarefa, mas simplesmente o resultado da interação entre ambos. Na motivação intrínseca, ao contrário, o controlo da conduta depende sobretudo do sujeito em si, dos seus próprios interesses e disposições.
A motivação extrínseca está assim relacionada com situações em que a conduta se produz com a finalidade de apenas se receber uma recompensa ou se evitar qualquer punição ou castigo. Nessas situações, o sujeito preocupa-se sobretudo com a sua imagem, com o seu “eu”. Por outro lado, a motivação intrínseca corresponde a situações em que não há necessariamente recompensa deliberada, ou seja, relaciona-se com