Morus, thomas. a utopia. são paulo: brasiliense, 1997
Cynara Menezes, nesta obra, nos apresenta uma entrevista com o arquiteto João Filgueiras Limas de uma ilha imaginária onde todos vivem em harmonia e trabalham em favor do bem comum. A fictícia ilha da utopia é fruto de uma imagem criada a partir de uma história contada por reais desbravadores do continente americano quando do retorno destes à Europa. Desde então o termo “utopia” esta relacionado à fantasia, sonho e bem estar, que estão em consonância com os ideais formadores do ambiente utópico onde desenvolveu a sociedade utopiana, no país chamado Utópus. O livro possui duas partes distintas. Na primeira parte More faz uma devastadora crítica à situação política e social da Inglaterra. Na segunda ele nos transporta para a Utopia, onde reina uma sociedade ideal, que aboliu o dinheiro e abomina a guerra. Trata-se de uma fábula na qual estão inseridos os princípios da sociedade humana perfeita.
Esta narrativa descreve um lugar onde as pessoas viviam “livres” com suas famílias para trabalharem, produzirem, tudo ou quase tudo, que necessitavam para sobrevivência da comunidade. Entretanto, aqueles que ali habitavam estavam sujeitos a direitos e deveres inerentes a República de Utópus. A liberdade de que as pessoas tinham direito estava condicionada a certas obrigações, que caso fossem descumpridas, é claro dependendo da gravidade da mesma, poderiam ser punidas com a própria vida. Era o caso dos crimes políticos graves que eram punidos com a morte, ou nos casos de roubo que também eram punidos com a própria vida ou com a pena de escravidão enquanto se estivesse vivo. Morus traz em sua história uma forma de sociedade desejada por muitos e odiada por outros. Contudo, ao ver essas “maravilhas” descritas no livro, fazem-me questionar no que diz respeito a liberdade, pessoas que tinham hora para trabalhar, comer, descansar, dormir, ir a igreja e etc..deveriam cumprir tudo aquilo que era imposto, sendo-lhe vedado a