Morte e vida das grandes cidades norte-americanas - resumo
Aos 88 anos, ela volta à cena com um livro polêmico e atual. Com sua atitude corajosa, utilizando-se de uma linguagem clara, cria uma obra acessível a um vasto público interessado em questões contemporâneas. O livro alerta que a cultura norte americana, se encontra no limiar de uma nova Idade das Trevas. Muitos povos neste planeta assistiram ao declínio de suas culturas.
Consta que esta fase é anunciada pelos quatro cavaleiros do apocalipse – a fome, a guerra, a peste e a morte, acrescido de mais um pela autora: o esquecimento.
Com a decadência da cultura e a perda de memória em massa, os saberes e os fazeres dos povos desaparecem, e não se recuperam mais.
Muitos países procuram registrar e arquivar imenso volume de dados sobre as culturas, através dos mais diversos meios, buscando assegurar a sua permanência.
Mas a sensação de segurança assim obtida é falsa: as culturas se transmitem e são assimiladas através da palavra falada, do exemplo observado, da experiência vivida, da educação recebida.
A partir destas considerações, Jacobs aponta indícios das trevas que se avizinham. Embora ela não faça referências ao mal-estar da pósmodernidade, à polarização social, à violência urbana, ou à degradação do meio ambiente, estas questões aparecem por todo o livro. Para a autora, os sinais da decadência podem ser percebidos em cinco pilares: comunidade e família, educação superior, ciência e tecnologia, tributação e governo, e auto-regulação profissional.
Apesar destes pilares não serem temas dos estudos urbanos, a argumentação se desenvolve em torno das transformações do espaço e da vida urbana, como nos temas da dissolução da família e da comunidade e do abandono da ciência.
O processo de degradação das esferas da família e comunidade é paralelo ao aumento crescente do custo da habitação e das dificuldades de manutenção da mesma. Desde os