Morte Esquimós
Fixar o movimento as margens do rio: duas experiências de construção de um objeto de estudo em terreno urbano em Portugal. Tereza Fradique No âmbito do mestrado em Antropologia do ISCTE (1996 - 1998) desenvolvi duas pesquisas no período da pós – graduação e que fecham um ciclo de reflexão sobre a iniciação á pratica da antropologia em Portugal contemporâneo. Os dois contextos a música rap e o Santuário do Cristo Rei são marcados por fortes contrastes , em termos dos protagonistas e dos terrenos de observação. Ambos ocupam as margens de Lisboa. Em 1996 ,participei de um curso de Antropologia com duração de 6 meses ,o objetivo final era a realização de um curto documentário definido previamente como “borda de água” .Na margem sul, solitário e imponente de braços abertos para Lisboa ,se localizava o Cristo Rei ,devido o desconhecimento que tinha do lugar e como a maioria dos lisboetas ,decidi desenvolver meu projeto de pesquisa. O Santuário do Cristo Rei é um monumento de natureza religiosa que se ergue num monte isolado á beira rio (a 133m da linha de água ), junto á cidade de Almada um dos principais centros do subúrbio lisboeta. Sob o pedestal com 82 m de altura ,ergue-se a estátua de 28 m que reproduz o seu congénere brasileiro .Em 1934, o Cardeal Patriarca de Lisboa visitava o Brasil .Sobe á montanha do Corcovado , onde se ergue a estátua do Cristo Salvador. No coração do Cardeal nasce a ideia de uma estátua semelhante vir a dominar , de Lisboa ,Portugal inteiro. O Santuário do Cristo Rei se integra num processo mais vasto de “nacionalização da cultura” levada a cabo desde o final do século XIX e prolongada durante o Estado Novo , e que Rui Ramos apelidou de “reaportuguesamento de Portugal” um processo pelo