moralidade
Maria Zoê Bellani Lyra Espíndola*
Vanessa Bellani Lyra**
Uma revisão
A moralidade tem sido estudada por psicólogos do ponto de vista afetivo
(Psicanálise), do ponto de vista comportamental (behaviorismo, teoria da aprendizagem social) e do ponto de vista cognitivista (Piaget e Kohlberg).
De acordo com RUIZ (2003, p.2), o ideário de Jean Piaget foi seguido de perto por
Lawrence Kohlberg, psicólogo e filósofo americano, contemporâneo de Piaget. Esse autor dedica-se a estudar o desenvolvimento moral do ser humano, retomando e aperfeiçoando o modelo piagetiano.
Segundo BIAGGIO (1997, p.3), Kohlberg iniciou publicamente seus trabalhos sobre julgamento moral com sua defesa de tese de doutorado em 1958, na Universidade de Chicago, tendo alguns anos depois se fixado na Universidade de Harvard, até sua morte em 1987, aos
59 anos de idade. No decorrer de seu doutorado, Kohlberg realizou estudos longitudinais nos
Estados Unidos acerca do tema, utilizando-se de dilemas morais, aos quais expunha indivíduos que entrevistava utilizando-se do método clínico, como Piaget, em suas pesquisas.
Apresentava tais dilemas e pedia aos sujeitos que apontassem soluções aos mesmos sempre justificando seus dizeres. A seguir, analisava e categorizava as informações que obtinha considerando as justificativas, o valor moral intrínseco e os argumentos apresentados pelo sujeito participante da entrevista. Dilema moral, no conceito de DE VRIES e ZAN (1998,p.
98), caracteriza-se por ser uma situação na qual reivindicações, direitos ou pontos de vista conflitantes podem ser identificados. As autoras ainda caracterizam o dilema sob duas visões: os dilemas hipotéticos e os dilemas que retratam a vida real, ambos apresentando vantagens no desenvolvimento do pensamento e reflexão morais. Dilemas hipotéticos, definem as autoras, não possuem uma carga emocional tão grande quanto dilemas relacionados à vida real, uma vez que nesse caso,