Moradia e violencia
O processo de urbanização do Brasil, fruto de uma industrialização tardia, realizada num país subdesenvolvido, trouxe uma série de problemas. Esses problemas urbanos normalmente estão relacionados com o tipo de desenvolvimento que vem ocorrendo no país por várias décadas, do qual, por um lado, aumenta a riqueza de uma minoria e, por outro, agrava-se o problema da maioria dos habitantes.
Um desses problemas é a moradia. Enquanto em algumas áreas das grandes cidades brasileiras surgem ou crescem novos bairros ricos com, com residências moderníssimas, em outras, ou as vezes, até nas vizinhanças, multiplicam-se as favelas, cortiços e demais habitações precárias.
Mas o tipo de habitação popular que vem crescendo nos últimos anos, nos grandes centros urbanos do país, é a casa própria da periferia. Trata-se de uma casinha que o trabalhador constrói, ele mesmo, com a ajuda de familiares e amigos, sob a forma de mutirão, geralmente nos fins de semana e feriados, num lote de terra que adquire na periferia da cidade. A construção leva vários anos e o material vai sendo adquirido aos poucos.
Ocorre, porém, que, ao residir na periferia da grande cidade, o trabalhador e sua família terão de gastar mais em transporte para o serviço, além de perder várias horas por dia dentro de ônibus ou trens. Outro problema importante nas grandes cidades brasileiras é a infra- estrutura urbana: água encanada, pavimentação de ruas, iluminação e eletricidade, transportes, rede de esgotos etc. Apesar de a cada ano aumentar a área abrangida por esses serviços, o rápido crescimento das cidades torna-os sempre insuficientes. E a ampliação dessa infra-estrutura não tem conseguido acompanhar o ritmo de crescimento das áreas urbanas dessas metrópoles. Assim, na Grande São Paulo, por exemplo, apenas 50 % dos domicílios são servidos por rede de esgotos e 65 % pela de água encanada.
Essa insuficiência dos recursos aplicados na expansão da infra-estrutura urbana decorre não apenas