Monomania clarice falcão
Comparar Monomania com 21 e Red é insuficiente para discutir a obra de Clarice, e só indica o óbvio: Monomania é ouro comercial nas mãos dessa jovem compositora, se o mundo manter sua lógica. Mas o que a garota brasileira, também atriz e “comedienne”, faz em seu disco, para deixar que Monomania escape da Monotonia, é até certo ponto espetacular. Clarice faz, com essa coleção de músicas rápidas, fugazes, leves e fofas, um retrato do amor em uma geração que não surgiu exatamente em 21s ou Reds. O amor que podemos definir como o dos tempos de Spotted, Twitter, redes sociais e no mundo digital. Um tempo que colocou o verbete gringo “stalker” no nosso vocabulário, e depois o naturalizou com tanta força que hoje ele não é recebido com mandatos de restrição e sim com perfis especializados na internet. Um tempo que o anteriormente bizarro pode ser considerado adorável.
Ao se focar em um tema só, os relacionamentos, o álbum de Falcão consegue mostrar várias facetas, vários ângulos, do platônico à rotina de casal. Curiosamente, algo na produção do disco reflete essa amplitude. A transição do platônico ao concreto causa os mesmos conflitos que a transição do que era acústico e intimista para o multinstrumental. O estágio anterior era confortável, simples, todo construído no “ainda não materializado ou completo”, e o posterior pode estragar aquilo que era antes perfeito… mas era perfeito, se não era concluído ainda? A formatação definitiva das canções simples de Clarice é deliciosa, com toques de Beirut em