Monolinguismo
Assim, para iniciar este artigo vamos nos apoiar teoricamente em Grosjean (1982) que, apesar de não estar atualizado, traz dados significativos. Ressalta-se que este autor é considerado um dos clássicos nos estudos de bilingüismo tendo em vista a relevância de seus trabalhos.
Grosjean, vinte e três anos atrás, situava o número de línguas faladas no mundo. Segundo o autor, existiriam entre 3.000 e 4.000 línguas faladas no mundo sem contar as línguas de sinais². Estas línguas, em geral, concentram-se em cerca de 150 países.
Mackey (apud Grosjean, 1982) aponta fatores modificadores na questão das nações monolíngües e bi(multi)língües. Segundo a autora: algumas línguas são numericamente mais importantes que outras. Assim, é que onze línguas são mais faladas por mais ou menos 70% dos falantes da população mundial. A mais importante, numericamente, é o chinês com cerca de 900 milhões de falantes; o inglês com cerca de 400 milhões; o espanhol é falado por cerca de 230 milhões; o hindi tem cerca de 154 milhões; o russo com cerca de 130 milhões. Há muitas línguas e poucos países com a seguinte relação: o inglês, o espanhol e o português, por exemplo, são falados nativamente em seus países e em diversos outros países; há outras restritas correspondentes às fronteiras de seus países como o islandês falado somente na Islândia; o basco somente falado em uma pequena área dividida entre a França e a Espanha.
Esse contexto macro leva a concluir que o bilingüismo existe em três tipos de países: os “monolíngües”, os bilíngües e os multilíngües. Esta progressão, contudo, de forma alguma reflete os graus de bilingüismo realmente existentes em tais países. Desta maneira, há uma alta porcentagem de